Crise Americana


A forte turbulência no mercado financeiro nas últimas semanas trouxe de volta um dos velhos fantasmas da economia brasileira: a instabilidade do câmbio। Quem havia se acostumado com a trajetória declinante do dólar frente ao real foi surpreendido por uma reviravolta, a moeda americana se valorizou 16%.
Nesse período, boa parte das empresas brasileiras que exportam foi obrigada a se estruturar para viver num ambiente de real forte। Agora, têm oportunidade de colher os frutos do esforço para ganhar eficiência. É o caso da Nokia. A empresa conseguiu ampliar em 180% as receitas com as exportações no primeiro semestre de 2008 em comparação com o mesmo período do ano passado. “Nossa operação está estruturada para um dólar de 1,60 real e temos de ser competitivos nesse patamar”, afirma Mauro Correia, diretor da fábrica da Nokia em Manaus. “O que vier acima disso é lucro.”
Na outra ponta estão empresas com alto índice de componentes importados, que naturalmente sofrem com o novo patamar do câmbio. A Romi, uma das maiores fabricantes brasileiras de máquinas, tem metade de seus custos atrelada a moedas estrangeiras. A empresa vem trabalhando com uma rede de fornecedores que operam com contratos de longo prazo. Mesmo assim, fica sujeita à instabilidade dos mercados de câmbio.

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